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Dinheiro em espécie: como é definido a quantidade de sua produção?

Desde o século XVII o Brasil possui um órgão responsável pela produção de cédulas e moedas 

Alguma vez você já se perguntou quais são os critérios utilizados pelo Banco Central para definir a quantidade de cédulas que serão impressas no país?

Quem solicita e quem produz o meio circulante?

No Brasil, quem produz as cédulas e moedas do Real Brasileiro é a Casa da Moeda do Brasil (CMB). Ela foi criada quando o país ainda era uma colônia de Portugal, em 8 de março de 1694, como forma de solucionar o problema da falta de instrumentos para auxiliar a circulação das riquezas.

Nessa época, as moedas que existiam em território brasileiro eram vindas de Portugal ou adquiridas com viajantes estrangeiros. Em 1727, foram criadas as primeiras moedas com o rosto de Dom Pedro || em uma face e as armas da Coroa Portuguesa na outra, design que deu origem à expressão “cara ou coroa”.

Pela insuficiência das moedas em circulação – que, à época, eram feitas de ouro e sofreram com a queda da produção deste metal -, em 1808, Dom João VI criou o Banco do Brasil (BB), o primeiro banco da América do Sul. Dois anos depois, as primeiras cédulas brasileiras, precursoras das atuais, foram produzidas.

Mas foi somente em dezembro de 1964 que, observando que o Banco do Brasil era encarregado de inúmeras funções de autoridade monetária – pois era um banco central misto – e que o país precisava de um sistema que pudesse acompanhar as evoluções econômicas do mundo, o Banco Central do Brasil (BCB) foi criado.

A partir daí, o Banco Central ficou centralizado como o “banco dos bancos”, desempenhando um reordenamento financeiro governamental, até as funções do BB passarem a ser exercidas por ele e, as do BCB, transferidas para o Tesouro Nacional. 

Atualmente, é o Banco Central do Brasil que solicita a emissão do dinheiro – tanto cédulas como moedas – para a CMB, que tem capacidade de produzir aproximadamente 2,6 bilhões de cédulas e 4 bilhões de moedas todos os anos.

O dinheiro percorre um longo caminho até chegar às suas mãos

O caminho que o dinheiro percorre até chegar ao bolso dos brasileiros é longo mas muito bem estruturado, garantindo a segurança econômica da sociedade brasileira. O dinheiro é:

  • Solicitado pelo Banco Central do Brasil;
  • Fabricado pela Casa da Moeda Brasileira;
  • Emitido pelo Banco Central do Brasil para ganhar o seu valor;
  • Enviadas ao Banco do Brasil;
  • Distribuídas do Banco do Brasil para os demais bancos;
  • Solicitadas pelos correntistas dos bancos

Nesse trajeto, o Banco Central também trabalha com o recolhimento de notas e moedas em mau estado ou que sejam suspeitas de falsificação.

Existem motivos para se produzir mais cédulas e moedas… 

Mas afinal, como o BCB define o quanto de capital em espécie deve ser produzido pela CMB? 

Orientados pela esfera federal, o Banco Central junto à Casa da Moeda define anualmente a quantidade de cédulas e moedas que serão produzidas e colocadas em circulação – o que não define o quão rico um país é, mas sim a sua geração de riquezas.

Em seguida, a instituição monitora a taxa básica de juros da economia (Selic) para analisar a liquidez do capital na economia e o quanto há disponível nos bancos e instituições financeiras brasileiras.

Por fim, examinando a demanda de dinheiro em circulação – que é influenciada por fatores como o crescimento econômico, o aumento dos preços de produtos e serviços e mudanças nos hábitos de consumo dos brasileiros -, se inicia o percurso do dinheiro supracitado no tópico “O dinheiro percorre um longo caminho até chegar às suas mãos”.

Bilhões e bilhões de reais circulam todos os dias!

Em janeiro de 2024, constava no sistema do Sistema de Administração do Meio Circulante (Sismecir) que o Brasil possuía R$334 bilhões em circulação – o que representa 7,5 bilhões de cédulas e 30,6 bilhões de moedas. 

Apesar do crescimento exponencial do uso do pix – batendo o recorde de 252 milhões de operações em um dia, em dezembro de 2024 -, o dinheiro em espécie ainda continua sendo essencial para facilitar as transações do dia a dia, oferece privacidade, apoia a economia formal informal e ajuda no controle de gastos.

Zele pelo dinheiro físico, coloque notas e moedas em circulação e contribua para a economia e meio ambiente! 

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